A presidente Dilma Rousseff embarca na tarde desta
terça-feira para Cannes, na França, para participar da cúpula do G20,
que terá início na quinta-feira. A crise europeia e os termos de uma
eventual ajuda dos países emergentes à zona do euro devem dominar boa
parte da agenda da reunião.
O ponto alto das discussões deve ser o papel dos
emergentes no chamado Fundo Europeu de Estabilização Financeira, cuja
expansão foi anunciada na cúpula da União Europeia na última semana.
Segundo uma fonte do governo, a posição do Brasil coordenada com os
demais Brics (Rússia, Índia, China e África do Sul) será a de que "o
papel básico da solução da crise é da Europa".
"Se (a União Europeia) considerar que precisa de
apoio, (por meio) do FMI, nós estamos dispostos (a ajudar)", disse um
alto funcionário de Brasília.
O membro do governo ressaltou, no entanto, que o
Brasil, representado pela presidente Dilma, ainda não fechou posição se
irá investir no novo fundo europeu (que terá como função comprar
títulos de países endividados).
Segundo ele, ainda é preciso conhecer a "oferta" dos europeus em relação ao fundo.
"É uma conversa de fundo de investimento, você
vai vender para os seus clientes o seu produto, tem dizer que é bom. Mas
nós ainda não conhecemos esse produto".
Discurso em Bruxelas
A expectativa é de que Dilma mantenha, em
Cannes, a mesma posição defendida em Bruxelas, durante a cúpula
UE-Brasil, no início de outubro, que teria causado desconforto entre
autoridades europeias.
Na ocasião, Dilma criticou o ajuste fiscal dos
governos europeus como forma de reverter a crise que se espalha pelo
continente, provocando críticas na imprensa europeia pelo tom
supostamente "professoral".
"A história mostra que só seremos capazes de
sair da crise com medidas de estímulo ao crescimento econômico somadas a
políticas de estabilidade macroeconômicas, assim como políticas
sociais, de criação de empregos e de crescimento", disse a presidente na
ocasião.
O alto grau de endividamento de países europeus
como a Grécia, além de Itália, Portugal, Irlanda e Espanha, preocupa
porque coloca em risco a estabilidade da moeda única europeia, o euro.
Como forma de conter a crise da dívida, o Banco
Central Europeu, a Comissão Europeia e o FMI (grupo chamado de "troica")
tem imposto fortes medidas de ajuste a esses países.
Em Cannes, o Brasil deve defender que o ajuste fiscal não deve ser o
caminho a ser adotado por todos as economias, segundo a mesma fonte do
governo federal.
"Se houver consolidação fiscal no mundo todo ao mesmo tempo, haverá impacto no crescimento", disse.
Além da crise europeia e da desaceleração no
crescimento global, a chamada "guerra cambial", que tem como principal
protagonista a China, deverá entrar na pauta dos líderes em Cannes,
assim como a reforma do sistema monetário internacional.
Plano europeu
No último dia 27 de outubro, após 11 horas de
negociações, os líderes europeus anunciaram um acordo para tentar
resolver a crise da dívida pública que assola vários países do
continente.
Um dos pontos foi a expansão do Fundo Europeu de
Estabilidade Financeira dos atuais 440 bilhões de euros para um trilhão
de euros.
O fundo poderia ajudar a mitigar crises de duas
formas. Ao servir como uma espécie de seguradora aos bancos que
comprarem papéis de dívidas de países em risco de calote.
E ao criar um mecanismo especial de
investimento, em parceria com o FMI, para atrair investidores
estrangeiros privados e públicos e outros países, como Brasil e China.
Outro ponto importante foi o acordo com credores
privados que possuem títulos da dívida da Grécia. Eles aceitaram perdas
de 50% nos seus papéis, o equivalente a 100 bilhões de euro (US$ 140
bilhões).
Portal MGR, 01 de Novembro de 2011
Por: Gilberto Silva - Informações: BBC Brasil.
Por: Gilberto Silva - Informações: BBC Brasil.







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