O secretário nacional de Esporte
Educacional, Wadson Ribeiro (PC do B), recebeu R$ 33,5 mil ao retornar
ao ministério em março deste ano após disputar e perder as eleições de
2010 para deputado federal em Minas. Ele ganhou o dinheiro, equivalente a
três meses do salário de R$ 11,1 mil, como 'ajuda de custo' para
retornar à pasta, de onde saiu no ano passado para ser candidato.
Além
dos R$ 33,5 mil extras, ele ainda levou R$ 6,1 mil como 'colaborador
eventual' do ministério entre fevereiro e março deste ano, quando estava
desempregado após a derrota nas urnas.
Ex-presidente da UNE e
homem de confiança do ministro Orlando Silva, Wadson era secretário
executivo na gestão passada, o segundo cargo mais importante. Chegou ao
governo em 2007 e foi exonerado no dia 30 de março de 2010 para ser
candidato. Ao voltar em março de 2011, assumiu a Secretaria de Esporte
Educacional, responsável pelo programa Segundo Tempo, foco de
irregularidades.
O nome do secretário aparece na assinatura de
convênios sob suspeita, tendo autorizado até a liberação de recursos
para uma entidade de Juiz de Fora, seu reduto eleitoral, onde é
pré-candidato a prefeito para a disputa de 2012. Em abril, ele foi à
cidade distribuir kits do Segundo Tempo.
Wadson nunca concluiu um curso superior. Largou a faculdade de medicina para se dedicar à militância no PC do B.
Procurado
pelo Estado, o Ministério do Esporte disse que se amparou na legislação
do servidor público para justificar o repasse dos R$ 33,5 mil para uma
pessoa que apenas deixou o cargo de olho na disputa eleitoral e retornou
após perder nas urnas.
'O valor referido foi pago como ajuda de
custo referente a deslocamento e mudança, recebida no momento da
nomeação para o cargo de secretário nacional de Esporte Educacional do
Ministério do Esporte, conforme prevê a legislação', disse o ministério.
Em relação aos R$ 6,1 mil pagos antes da nova nomeação, a pasta
informou: 'O valor refere-se a diárias decorrentes de vindas ao
ministério, a convite deste, como colaborador eventual, para tratar de
temas do interesse desta pasta'.
Questionada pelo Estado, a
Controladoria-Geral da União deu a seguinte resposta: 'A legislação não
impede a questão colocada, pois fala apenas no período mínimo de três
meses. Apenas se ficar caracterizado que o órgão adota a prática de
forma sistemática com a mesma pessoa, fica passível de
responsabilização'.
O Estado mostrou na semana passada que Wadson
assinou e renovou um convênio de R$ 911 mil do Segundo Tempo que nunca
saiu do papel com uma ONG de fachada. Após o Estado revelar a
prorrogação do contrato, o Ministério do Esporte anunciou sua rescisão.
Portal MGR, 26 de Outubro de 2011
Por: Gilberto Silva - Informações: Estadão.
Por: Gilberto Silva - Informações: Estadão.
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