Luís
Gomes – Morreu ao lado da família, na tarde desta segunada-feira(26),
aos 59 anos, vítima de um câncer, a professora Maria do Socorro Silva.
Ela lutava contra a doença havia 3 anos.
Socorro de Valdimiro, como era conhecida na sua juventude, dizia estar em paz com a vida, pois teve seus dois maiores sonho realizados antes de sua morte, viu os filhos Isabela e Leonardo formados e viu o neto Eduardo Junior nascer.
Afetada por uma enfermidade que segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), acomete cerca de 12 milhões de pessoas por ano em todo o mundo, Socorro Silva tinha esperanças de sair vencedora da batalha que travava desde 2008.
Em junho do mesmo ano, quando deu início ao tratamento contra o câncer, a então professora da Universidade Regional do Cariri(URCA), fez uma justificativa emocionante sobre a sua ausência na 1ª Festa de Formatura do Curso de História 2008.1. “Estou lutando para vencer uma das mais duras fases da minha vida, mais tenho certeza que com a ajuda de Deus, de pessoas de bem, o apoio dos meus filhos e familiares, a solidariedade de vocês e de outros amigos, vencerei mais este desafio”, justificou em carta enviada aos formandos.
TRAJETÓRIA
Muito católica e uma das pioneiras do Coral de Cânticos da Igreja Matriz, no ano de 2009, em virtude da medicação usada para conter o avanço da doença, ela não foi mais vista entoando no novenário da festa de Senhora Santana. Lá, no lugar onde ela interpretava os hinos religiosos, estava uma de suas irmãs substituindo a voz que mais tarde se calara para sempre.
Além da constante atuação no grupo de cânticos, Socorro também fez parte das equipes de liturgia da Paróquia de Senhora Santana e ainda das equipes de organização das festas de emancipação política do município de Luís Gomes.
Na educação deixou sua marca. Professora exemplar do Colégio Comercial Luís Gomes, casa de ensino que hoje leva o nome de Colégio Municipal Pe. Osvaldo, Socorro Silva exerceu a profissão de educadora por mais de trinta anos e, foi nesse mesmo local, onde ela prestou na Sala de Leitura, sua última contribuição para o avanço da educação do município de Luís Gomes.
Socorro também teve a oportunidade de mostrar o seu talento como diretora da Escola Estadual Coronel Fernandes, onde esteve à frente dos trabalhos no final da década de 90. Nos anos 70 ela trabalhou como professora de uma escola da zona rural.
Como cronistas, era excelente. Em uma de suas narrações históricas, escrita em julho de 1980, descreveu os costumes festivos da cidade onde nasceu e cresceu. Para ela, em cada Luís-gomense desabrocha o sentimento de alegria, envolto, porém, num clarão de esperança, resultante daquela fé tamanha que transmite a Santa padroeira.
Na mesma narrativa, a então cronista falou da emoção que tinha em ouvir, ininterruptamente, os tradicionais dobrados tão bem executados pela banda paroquial Dr. Vicente Fernandes Lopes e, também, das marcantes músicas tocadas e lançadas pelos alto-falantes do velho e já extinto parque de diversões Brasília.
Mulher de palavras diretas e seguras, Socorro Silva dizia que ninguém consegue esquecer a reflexão dos mais velhos, a demagogia dos políticos, a vinda de figuras ilustres da capital, os sermões de Pe. Osvaldo e os bailes das festas de outrora.
Com formação acadêmica em história e ex-coordenadora do antigo Logos II, tinha perícia quando o assunto era o descobrimento do Brasil e sua colonização, mas lamentava muito o fato de os conterrâneos nada conhecer sobre a vida do Coronel Luís Gomes de Medeiros, caicoense que fundou a cidade que ela amava e enaltecia.
Inteligente e sempre preocupada em levar novas informações aos seus alunos, a mestra falecida era extremamente dedicada ao trabalho e gostava muito de ler sobre os fatos recentes e os contos antigos, hábito que lhe rendeu um profundo conhecimento sobre a mitologia grega.
A lenda de Ulisses(Odisseu), narrada por Homero - o pai da literatura ocidental, lhe causava grande admiração. As histórias de Alexandre, o Grande, eram fontes de inspiração da professora que lecionava contando lendas e histórias reais aos seus discípulos.
A Coluna Miguel Costa-Prestes, popularmente conhecida por Coluna Prestes, movimento Militar que cruzou as terras de Luís Gomes entre os anos de 1925 e 1927, também despertava a curiosidade da mestra que dava o máximo de si em troca de um futuro melhor para os seus munícipes.
A funcionária pública que encarava o trabalho como um passa tempo, já se encontrava aposentada das funções que exercia no estado e no município.
Agora, como o passeio da praçinha, como o parque Brasília, como a roda de “Seu Francisco” e como a subida do balão -- tradições citadas por ela na “Crônica da Cidade Amada” e que já não fazem mais parte das Festas de Santana -- a serra de Luís Gomes também não terá mais a música “Casinha Branca”, de Renato Teixeira, sendo interpretada pela voz aguda e insubstituível da ex-vocalista do já extinto conjunto paroquial “Os Potiguares” - banda genuinamente Luís-gomense e que nos anos 70 animava as festas da região com a voz singular de Socorro de Valdimiro.
Socorro de Valdimiro, como era conhecida na sua juventude, dizia estar em paz com a vida, pois teve seus dois maiores sonho realizados antes de sua morte, viu os filhos Isabela e Leonardo formados e viu o neto Eduardo Junior nascer.
Afetada por uma enfermidade que segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), acomete cerca de 12 milhões de pessoas por ano em todo o mundo, Socorro Silva tinha esperanças de sair vencedora da batalha que travava desde 2008.
Em junho do mesmo ano, quando deu início ao tratamento contra o câncer, a então professora da Universidade Regional do Cariri(URCA), fez uma justificativa emocionante sobre a sua ausência na 1ª Festa de Formatura do Curso de História 2008.1. “Estou lutando para vencer uma das mais duras fases da minha vida, mais tenho certeza que com a ajuda de Deus, de pessoas de bem, o apoio dos meus filhos e familiares, a solidariedade de vocês e de outros amigos, vencerei mais este desafio”, justificou em carta enviada aos formandos.
TRAJETÓRIA
Muito católica e uma das pioneiras do Coral de Cânticos da Igreja Matriz, no ano de 2009, em virtude da medicação usada para conter o avanço da doença, ela não foi mais vista entoando no novenário da festa de Senhora Santana. Lá, no lugar onde ela interpretava os hinos religiosos, estava uma de suas irmãs substituindo a voz que mais tarde se calara para sempre.
Além da constante atuação no grupo de cânticos, Socorro também fez parte das equipes de liturgia da Paróquia de Senhora Santana e ainda das equipes de organização das festas de emancipação política do município de Luís Gomes.
Na educação deixou sua marca. Professora exemplar do Colégio Comercial Luís Gomes, casa de ensino que hoje leva o nome de Colégio Municipal Pe. Osvaldo, Socorro Silva exerceu a profissão de educadora por mais de trinta anos e, foi nesse mesmo local, onde ela prestou na Sala de Leitura, sua última contribuição para o avanço da educação do município de Luís Gomes.
Socorro também teve a oportunidade de mostrar o seu talento como diretora da Escola Estadual Coronel Fernandes, onde esteve à frente dos trabalhos no final da década de 90. Nos anos 70 ela trabalhou como professora de uma escola da zona rural.
Como cronistas, era excelente. Em uma de suas narrações históricas, escrita em julho de 1980, descreveu os costumes festivos da cidade onde nasceu e cresceu. Para ela, em cada Luís-gomense desabrocha o sentimento de alegria, envolto, porém, num clarão de esperança, resultante daquela fé tamanha que transmite a Santa padroeira.
Na mesma narrativa, a então cronista falou da emoção que tinha em ouvir, ininterruptamente, os tradicionais dobrados tão bem executados pela banda paroquial Dr. Vicente Fernandes Lopes e, também, das marcantes músicas tocadas e lançadas pelos alto-falantes do velho e já extinto parque de diversões Brasília.
Mulher de palavras diretas e seguras, Socorro Silva dizia que ninguém consegue esquecer a reflexão dos mais velhos, a demagogia dos políticos, a vinda de figuras ilustres da capital, os sermões de Pe. Osvaldo e os bailes das festas de outrora.
Com formação acadêmica em história e ex-coordenadora do antigo Logos II, tinha perícia quando o assunto era o descobrimento do Brasil e sua colonização, mas lamentava muito o fato de os conterrâneos nada conhecer sobre a vida do Coronel Luís Gomes de Medeiros, caicoense que fundou a cidade que ela amava e enaltecia.
Inteligente e sempre preocupada em levar novas informações aos seus alunos, a mestra falecida era extremamente dedicada ao trabalho e gostava muito de ler sobre os fatos recentes e os contos antigos, hábito que lhe rendeu um profundo conhecimento sobre a mitologia grega.
A lenda de Ulisses(Odisseu), narrada por Homero - o pai da literatura ocidental, lhe causava grande admiração. As histórias de Alexandre, o Grande, eram fontes de inspiração da professora que lecionava contando lendas e histórias reais aos seus discípulos.
A Coluna Miguel Costa-Prestes, popularmente conhecida por Coluna Prestes, movimento Militar que cruzou as terras de Luís Gomes entre os anos de 1925 e 1927, também despertava a curiosidade da mestra que dava o máximo de si em troca de um futuro melhor para os seus munícipes.
A funcionária pública que encarava o trabalho como um passa tempo, já se encontrava aposentada das funções que exercia no estado e no município.
Agora, como o passeio da praçinha, como o parque Brasília, como a roda de “Seu Francisco” e como a subida do balão -- tradições citadas por ela na “Crônica da Cidade Amada” e que já não fazem mais parte das Festas de Santana -- a serra de Luís Gomes também não terá mais a música “Casinha Branca”, de Renato Teixeira, sendo interpretada pela voz aguda e insubstituível da ex-vocalista do já extinto conjunto paroquial “Os Potiguares” - banda genuinamente Luís-gomense e que nos anos 70 animava as festas da região com a voz singular de Socorro de Valdimiro.
Portal MGR, 26 de Setembro de 2011
Por: Gilberto Silva - Informações: Serra de Luís Gomes.
Por: Gilberto Silva - Informações: Serra de Luís Gomes.
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